fevereiro 05, 2012

Dirty Dancing - Ritmo Quente Review

"Ninguém coloca Baby no canto" 
(Nobody puts Baby in the corner 
 Johnny Castle

São os anos 60. Os endinheirados estão indo para Catskills passar o verão num resort. E com certeza vai tocar I had the time of my life/No I’ve never felt this way before/Yes I swear it's the truth/And I owe it all to you. Se você por acaso pensou em The Black Eyed Peas ou até agora não se deu conta do que estou falando, com certeza não assiste à Sessão da Tarde.

Mas levando em consideração que esta foi apenas a segunda vez que assisti à este filme (a primeira foi ano passado, na mesma famigerada Sessão), eu deveria ser a última a falar alguma coisa.

De qualquer modo, lá vamos nós. Já temos o cenário descrito acima, mas e o enredo? Bem, segundo consta, nossa heroína, Baby (Jennifer Gray – sim, a irmã do Ferris Bueller), é uma mocinha com um senso de justiça aguçado, proativa e se dançar fosse sua fonte de renda, morreria de fome. Aprendemos detalhes como esses nos primeiros momentos do filme. 

Logo também ela se encanta pelo professor de dança bonitão Johnny Castle (Patrick Swayze) ao vê-lo gingando numa festinha particular dos empregados, que é na verdade o melhor do resort e nem podemos culpá-la, afinal quem iria preferir a festa cafona da alta-'meu-Deus-que-povo-esnobe'-sociedade ao invés da balada sensual dos empregados? Johnny não simpatiza nem um pouco com Baby, mas isso é uma pena porque ele vai ter de reconsiderar tudo depois, já que sabemos, eles dois são nosso OTP (do inglês One True Pair, algo que resumidamente significa o casal central).

Para fazer valer sua natureza boazinha e ter uma chance de melhorar sua imagem para com Johnny, já que ele a considera uma dondoca, quando a parceira de dança dele, Penny, descobre que está grávida (de um playboy que está trabalhando no resort) e terá que parar de dançar, pondo em risco as apresentações que ela e Johnny têm por fazer, Baby se oferece para ajudar. Primeiro com dinheiro (para o aborto), que ela consegue com seu pai (Jerry Orbach), depois se oferecendo para substituí-la nas apresentações.

Assim Baby consegue se aproximar de Johnny - literalmente - e nós conseguimos uma seqüência de cenas de fazer qualquer um parar por cinco minutos na frente da TV. Pele á mostra é brinde, afinal, ninguém dança vestido com roupa de inverno. O passo-a-passo da coreografia, orquestrados por Kenny Ortega (esse nome não passou despercebido? Shhhhhh, pare de entregar sua fixação por High School Musical), é um prato cheio para os que gostam de fazer tutorial no YouTube. Além disso temos romance. E uma trilha sonora inesquecível – hei, o que eu posso fazer se os anos 80 estão cheios de hits chicletinhos?

Mas como bailarina não sofre só treinando, os conflitos começam a aparecer. A irmã de Baby se envolve com o playboy que deixou Penny grávida, e nada fez para ajudá-la. Um mal entendido faz com que o pai de Baby pense que Johnny é um cretino de merda. E quando a tiazinha que esperava ter 'aulas particulares' com Johhny faz aquela cara de She-Devil, eu sei que alguma coisa não vai prestar, ou melhor, vão arruinar o romance.  

Não conseguiu enxergar isso? Eu posso entender. Nosso elenco falha feio nessas horas. Jennifer Gray apesar de parecer bem convincente quanto ao quesito ‘aprendendo a dançar’ – perceba os detalhes ao fazer uma comparação entre a apresentação dela com o vestido vermelho (ou pink, dependendo do screenshot) e a cena final, de vestido rosa-bebê – deixa um pouquinho que seja a desejar na hora de mostrar que seu romance com Johnny realmente pode ir para as cucuías se seu pai não aceitar. Falando em pai, Jerry Orbach como sempre dá um banho de atuação – ah, a cena dele observando o lago depois da declaração de Baby!

de vermelho: cara de medo. de rosa: super fogosa.

Já Patrick Swayze... o quê? O que posso dizer se o que ele tem de excelente bailarino, ele tem de péssimo ator?! Mas em compensação co-escreveu uma música bem bacana (She's Like the Wind, da cena do adeus). 

Levando em conta que o filme é um musical, ou pode ser entendido desta forma, ele mantém a compostura e não usa de todo e qualquer pretexto para fazer as pessoas saírem bailando no meio das cenas (#CaminhoDasIndiasFeelings) deixando espaço para mostrar uma história sobre amor e amadurecimento. E por mais tropeços que tenha tido, Dirty Dancing foi campeão de bilheteria e a trilha um sucesso. Na hora de mesclar o tom escorregou, mas cumpre bem seu papel de entreter e deixa até um pouquinho de saudade. 

Mas ainda há uma coisa que não entendo; como raios aquele Keds® da Baby nunca estavam sujos?

nem a borracha está suja?! *ComoassimBial!

PÔSTER



JÚRI FINAL

- Nota: tipo Baré® - você não compra no mercadinho da esquina porque é brega, mas sempre que alguém te oferece uma dose, você não recusa. 
- Soundtrack: Como os anos 80, brega, brega, breega, mas você ainda cantarola os hits. 
*P.S.: Quantos professores de dança ficam bem de cosplay de James Dean?

BANCO DE DADOS

*Título Original: Dirty Dancing
*Ano: 1987
*Estilo: musical, romance, coming of age
*Direção: Emile Ardolino 
*Estúdio: Vestron Pictures
*Oficial: dirtydancing.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMENTE E/OU RECLAME