fevereiro 16, 2014

Marie Claire Korea: Sessão Lee Young Ae

Ok, tenho que dar o braço a torcer, (toda e qualquer) Marie Claire pode não ser minha revista favorita (pelo conteúdo jornalístico), mas ela sempre arruma um jeito de trazer para as suas páginas meus artistas e/ou editoriais favoritos. As edições coreanas em especial costumam encher meus olhos e não é de hoje.

Com a chegada do Ano Novo Lunar (Seollal), também conhecido aqui no ocidente como Ano Novo Chinês, a Coreia aproveita para retirar do armário o vestuário tradicional do país que sobreviveu através dos tempos quase que sem modificações e é provavelmente um dos objetos mais vivos de sua cultura. Estou falando do hanbok (한복).

E para vesti-los a revista trouxe a atriz Lee Young Ae, uma das atrizes mais amadas do país, sumida das telas desde o estrondoso sucesso de Dae Jam Geum (ou como também é conhecido Jewel in the Palace) e que aproveita para falar sobre o lançamento de seu documentário sobre a culinária coreana (이영애의 만찬).

Ela não faz parte da minha lista de atrizes preferidas, até mesmo porque faz tempo que ela não tem aparecido nas telas, embora reconheça que ela é uma boa atriz e tem uma beleza delicada e tão perfeitamente feminina que dá nos nervos. No entanto, essa característica veio a calhar para essa sessão fotográfica que é de uma pureza, suavidade e elegância arrebatadora.

Pelo visto a revista se preocupou bastante com os detalhes já que esta é a primeira capa da revista que traz a vestimenta tradicional. E mereceu duas capas diferentes.


PHOTOSHOOT

Boa parte das cores mais usadas em hanboks estão presentes nesta sessão, índigo, verde, azul e branco – cores naturais.


Adoro o fato de o fotógrafo ter se preocupado em dar ênfase tanto à roupa quanto a atriz e por isso temos diversas imagens dos tecidos em movimento, que é, aliás, umas das principais características da chima (치마), a saia longa que faz parte do traje.

Perceba também que boa parte dessa fluidez se dá pelo fato das peças serem costumeiramente feitas de seda, embora algumas venham de uma mistura de seda com algodão, ou só cânhamo e algumas vezes pele de animais dependendo da estação do ano.



As joias usadas também são lindas, embora não tenham semelhança com as formas tradicionais (que eu, aliás, prefiro).



Esse modelo, assim como todos que veremos são interessantes por manterem a estrutura e beleza de um hanbok tradicional, embora imprimam uma sensação moderna à composição, trazendo detalhes aqui e ali.

Neste aqui, além do broche, vemos que existe uma faixa larga na cintura (os tradicionais não possuem nenhuma marcação dessas), mantendo juntas as duas partes da veste.


A impressão que tenho é que Lee está no meio de uma nuvem, ou envolvida por algo etéreo e fragílimo, feito uma bolha de sabão. Mas conheço pessoas que diriam achar que ela parece uma água-viva.


E pela primeira vez na história, acontece de eu achar que uma foto em preto e branco não faz juz à sessão. Admito sim que ela enfatiza bem as tramas do jeogori (저고리) – a blusa estilo bolero/jaqueta, que compõe a parte de cima do hanbok – embora isto apenas não compense o que perdemos sem as cores.



O jogo de yin e yang (vocês sabem, os contrastes), muito comum na sociedade coreana sempre esteve presente na composição do hanbok, por isso, nada mais natural do que trazê-los aqui também.

Achei absolutamente perfeita a escolha das cores e o efeito de luz que ela provoca no rosto da atriz. O batom também parece adicionar maturidade ao conjunto. E eu talvez já tivesse essa impressão pelo simples fato de que as cores mais escuras costumam ser preferência das mulheres mais velhas, enquanto as jovens tendem às cores claras e diáfanas.



Outro contraste belíssimo vem do hanbok todo em azul (bem, beeeemm) claro e do git () – a fita amarrada no centro do jeogori, ao fim do dongjeong (동정), o colarinho branco removível – lilás.


E o seokchima (속치마) – uma espécie de anágua – que tem um lindo bordado/estampa/padrão de flores. Esse detalhe não é tão incomum, pois antigamente mulheres de alta classe costumavam preocupar-se mais até com a beleza e luxo das roupas de baixo do que com a parte externa do traje.


A sessão encerra com uma versão extremamente feminina e jovial do hanbok, que tanto pela trança quanto outras coisas, me faz pensar em lindas princesas de países distantes em um mundo de era uma vez.

Tá bom, eu imaginei um híbrido de Rapunzel com a princesa do conto A Princesa e a Ervilha (Hans Christian Andersen). E eu acabei de perceber que praticamente dei uma aula de “partes do hanbok”. Acho que vou mandar esse link para o meu avô, hehehe.

BANCO DE DADOS

*Edição: S.I*
*Data: fevereiro, 2014
*Editorial:
  • 그녀, 그림 속에 들다’;
  • Lee Young Ae;
  • Ahn Joo Young – fotos;
  • Lee Ji Yeon – edição;
  • Lee Seon Heestylist e direção visual;
  • Lee Haemake;
  • Lee Hyun Ah – cabelo;
  • + entrevista
*S.I - sem informação. Não foi possível encontrar a informação


Fonte: Han Style | Imagens: Marie Claire Korea; K Magazine Lovers [1] e [2] 

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